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Campinas, S P, Brazil
Bacharel em Teologia pela FAETEPE.( PETROS ) Ensinador e Pregador da Palavra do Senhor

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

" DEZ VIRGENS TRADIÇÃO ORIENTAL, ESCRITURAS "

5 comentários:

  1. Na sequência de parábolas do Evangelho de Mateus, encontra-se no capitulo 25, as palavras de Jesus sobre dez virgens a espera do noivo. Cinco virgens prudentes e cinco tolas que saem de suas casas com lâmpadas acesas à base de óleo, são as candeias ainda usadas em muitos recintos interioranos e que tinham função especial nas procissões orientais que festejavam noivados.

    Os ouvintes de Jesus estavam familiarizados com a tradição das candeias, de modo que puderam compreender perfeitamente o significado da parábola. Vamos conhecer um pouco do que ocorria no antigo mundo oriental em relação a noivado e casamento?

    No antigo Israel a aliança de casamento (B'rith) fazia parte do direito civil e não havia documentos legais elaborados para definir os direitos do marido e da esposa. A cerimônia de casamento (chupá) consistia em trazer a noiva para a casa do noivo, em procissão, com lâmpadas acessas durante à tarde ou noite. Havia grande regozijo e celebração nas ruas, e também quando as procissões chegavam na casa do noivo. Uma vez que entravam na casa do noivo, as portas eram fechadas e a cerimônia começava. O noivo espalhava a ponta do manto superior sobre a noiva, em seguida, iriam proceder à câmara de casamento, depois acontecia a festa de encerramento. Amigos e parentes viajavam longas distâncias para participar da festa.

    É interessante porque Jesus falou de dez virgens para um noivo e não para dez noivos. Logo, Ele se referia às virgens comparando-as a Igreja de Cristo, o Noivo, era o Próprio Cristo. Ainda na parábola, se lê que cinco virgens tinham suprimento de óleo nas suas lâmpadas, de modo que puderam ficar vigilantes até a chegada do noivo, reconhecendo sua aparência e identificando-o. Cinco noivas, porém, saíram ao encontro do noivo com lâmpadas acessas, mas sem reservas de óleo, suas lâmpadas apagaram e elas não puderam encontrar o noivo, entrar em Sua casa, uma vez que saíram para comprar óleo e quando voltaram as portas da casa onde ocorria a festa de casamento, estavam fechadas. Elas bateram e o noivo respondeu de dentro:

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  2. “ Em verdade vos digo que vos não conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir.” Mateus 25:12-13

    Portanto, essa parábola de Jesus exorta a vigilância da Igreja em relação a vinda do Senhor Jesus. É necessário manter a lâmpada acessa constantemente. As virgens néscias saíram para comprar óleo e nessa saída se distanciaram da porta de acesso, da festa e do Noivo. Podemos comparar tudo isso a Igreja que busca suprimento espiritual em ideologias contrárias a Palavra de Deus, se distanciando da Verdade.

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  3. Antigo Testamento:

    A luz que iluminava o Tabernáculo sagrado vinha de um castiçal também chamado de menorah em hebraico “lugar das luzes”.



    “ Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite de oliveira, puro, batido, para a luminária, para manter as lâmpadas acesas continuamente. Arão as porá em ordem perante o Senhor continuamente, desde a tarde até à manhã, fora do véu do testemunho, na tenda da congregação; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações. Sobre o candelabro de ouro puro porá em ordem as lâmpadas perante o Senhor continuamente. ” Levítico 24:1-4


    Nas extremidades do castiçal, não eram colocadas velas, mas recipientes com óleo puro de oliva, especialmente consagrado para aquele propósito. Os castiçais que recebiam o óleo, eram esculpidos em ouro puro, em formato de folhas e flores de amêndoa. Existe todo um simbolismo referente ao castiçal acesso. Tal qual na parábola das dez virgens, essa parte do tabernáculo exorta a vigilância contínua, a um espírito reto e em constante relacionamento com Deus. Luzes acesas à base de óleo e suprimento dizem respeito a unção, a presença do Espírito Santo na Igreja.

    Pode se dizer que as virgens néscias, eram desprovidas dessa luz, suas lâmpadas apagaram e não puderam concretizar o casamento, porque não vigiaram, não se prepararam para o grande dia de suas vidas. Elas pediram azeite as virgens prudentes, que lhes negaram. Aprendemos que a responsabilidade pelo pecado é individual. Não basta estar presente na igreja e seguir rituais, é preciso manter a lâmpada acessa diariamente com a presença do Espírito Santo de Deus no tabernáculo eterno que é nosso ser, templo sagrado.

    “ Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” I Cor 6: 19.

    Virtude

    Existe um momento na parábola das dez virgens que elas adormecem pela demora do noivo. Me perguntei qual seria o significado desse sono. E no livro de provérbios encontro a resposta, nas palavras do Rei Lemuel descrevendo a mulher virtuosa:

    “Ela percebe que o seu ganho é bom e sua lâmpada não se apaga nem enquanto dorme” Pv 31:18.

    As virgens néscias, eram desprovidas de virtude, viviam em sono espiritual e escuridão constante. Não se arrependeram a tempo de encontrarem a salvação. As prudentes, se comparam a mulher virtuosa que põe toda confiança no Senhor, mesmo dormindo, têm as lâmpada acessas.

    Sabias ou néscias? Com qual das virgens nos assemelhamos? João 3:19, diz: "E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más."

    Lâmpada Eterna

    Por fim, haverá um tempo em que a noiva será iluminada por uma Luz que nunca se apagará. Um casamento eterno e perfeito, a noiva sentirá o perfume e o amor de seu esposo: Salmo 45:8 “Todas as tuas vestes cheiram a mirra e aloés e cássia, desde os palácios de marfim de onde te alegram.” Poderá dizer que valeu a espera, o não desprezar o óleo da lamparina.

    “A cidade não precisa de sol nem de lua para brilharem sobre ela, pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua candeia.” Apocalipse 21:23.

    Há mais um detalhe da parábola que gostaria de acrescentar, é em relação a esse verso:

    “Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas.” Mateus 25:7

    A tradução do grego para “prepararam” é “Kosmeo” (Strong 2825) = preparar, adornar, embelezar, colocar em ordem. Essa é a noiva que irá se encontrar e adentrar na casa do Noivo. Uma Igreja bela, adornada, em ordem, renascida, agradável. Com vestes apropriadas para a cerimônia.

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  4. As virgens da parábola não seriam desposadas pelo noivo. Elas eram como “madrinhas” da noiva. Fazia parte do ritual de bodas judaicas, o encontro das “madrinhas” virgens, com o noivo, para acompanhá-lo até a noiva.

    Ora, o noivo da parábola representa o próprio Cristo. E a noiva, embora não figure na parábola, é a Igreja. Quem seriam, então, as virgens? Elas representam o povo judeu.

    É interessante que em outra passagem, João Batista se apresenta como “o amigo do Noivo”. Além das virgens madrinhas, o noivo também era assistido por um amigo, geralmente, aquele que fosse considerado o melhor amigo. Assim como não podemos confundir o noivo com o amigo do noivo, também não podemos confundir a noiva com as dez virgens.

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  5. De acordo com o protocolo , as virgens madrinhas deveriam sair ao encontro do noivo, portando lâmpadas devidamente acesas.



    Segundo a parábola , dentre as dez virgens, cinco eram prudentes, e cinco eram insensatas.

    “As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com suas lâmpadas. Demorando o noivo, todas elas acabaram cochilando e dormindo” (Mt.25:3-5).

    Repare no detalhe: todas elas acabaram dormindo. Ficaram desatentas, e cochilaram. A diferença entre elas era o suplemento extra de azeite que cinco delas haviam trago. Portanto, a questão não era apenas de vigilância, como bradam os pregadores, mas de prevenção e prudência. Ser prudente aqui, é ser precavido.

    Por isso, não parece razoável usar esse texto para amendrontar os crentes, fazendo-os duvidar de sua salvação, temendo que o Senhor lhes flagre “dormindo”.

    Paulo escreve acerca disso em sua primeira epístola endereçada à igreja em Tessalônica:

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